Os Símbolos do Círio

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Imagem Original

Créditos: Basílica Santuário de Nazaré

Com 28 cm de altura e fisionomia de uma senhora portuguesa, a Imagem Original representa o início da tradição do Círio de Nazaré em Belém do Pará. É uma escultura de madeira em estilo Barroco, encontrada por Plácido José de Souza, no ano de 1700.

Imagem do Colégio Gentil Bittencourt

Entre os anos de 1920 e 1969, com o objetivo de preservar a Imagem Original, foi utilizada nas procissões do Círio uma escultura de gesso que pertencia às freiras do Colégio Gentil Bittencourt e possuía estilo e traços diferentes da imagem achada por Plácido. Posteriormente foi substituída pela Imagem Peregrina.

Imagem Peregrina

Créditos: Ascom Basílica Santuário

No ano de 1968, diante da alegação dos fiéis de que a imagem do Colégio Gentil era muito diferente da Original, uma réplica foi encomendada pelo então Pároco de Nazaré, Pe. Luciano Brambilla, ao escultor italiano Giacomo Mussner. Ele recebeu fotografias da imagem achada por Plácido e a recomendação de que a réplica deveria ter características das mulheres amazônicas e que o Menino Jesus deveria assemelhar-se a uma criança indígena. Passou a ser utilizada no Círio e nas cerimônias oficiais a partir de 1969.

O Manto

Não há um consenso entre os pesquisadores sobre a existência de um manto envolvendo a Imagem Original no momento do achado. Porém, nos primeiros registros dos cartazes da Festa de Nazaré, a imagem de Nossa Senhora aparece adornada com um manto retangular. Ao longo dos anos, a apresentação do manto utilizado nas procissões do Círio passou a ser um momento importante no calendário oficial da Festa.

Berlinda

Foto: Luiz Langer

Como um ponto de luz no centro da procissão, a Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré atrai olhares e lágrimas dos fiéis, mesmo quando avistada de longe. Começou a ser utilizada no Círio a partir de 1882, por sugestão do Bispo Dom Macêdo Costa. Até então, a imagem era conduzida no colo pelo capelão do Palácio do Governo, como era tradição desde o primeiro Círio, em um palanquim, uma espécie de liteira fechada presa a um varal levado no ombro por quatro ou seis homens, veículo comumente utilizado à época por pessoas abastadas e autoridades.

Corda

Foto: Adriano Chedieck

A corda passou a fazer parte do Círio desde 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fieis puxassem a berlinda. A partir daí, a corda foi introduzida no Círio e ao longo de sua permanência já foi alvo de diversas polêmicas, sendo inclusive sendo abolida da festa entre 1926 e 1930, pelo Arcebispo Dom Irineu Jofily.

Carros do Círio

Além da berlinda, outros 13 carros acompanham a procissão do Círio. Eles são um símbolo importante da devoção mariana incorporados à procissão ao longo da história da Festa, seja para recolher os ex-votos (elementos de promessa) ou levando as crianças vestidas de anjos.

Cartaz

Uma das tradições mais antigas e conhecidas do Círio de Nazaré é adotada até hoje por várias famílias, empresas e órgãos paraenses: fixar cartazes do Círio nas portas, como forma de homenagem à Senhora de Nazaré. O primeiro Cartaz de divulgação do Círio foi confeccionado em Portugal no ano de 1826. Inicialmente as peças eram elaboradas à mão para impressão. Atualmente, o Cartaz é produzido a partir de fotografias e tem a concepção elaborada por uma agência de publicidade voluntária.

Hinos

“Vós Sois o Lírio Mimoso” é considerado o hino oficial do Círio de Nazaré. Foi composto em 1909, pelo poeta maranhense Euclydes Faria, bastante conhecido no Pará à época, para marcar a implantação da pedra fundamental da construção da Basílica. Entre os demais hinos está “Virgem de Nazaré”, que nasceu originalmente de um poema de autoria da poetisa paraense Ermelinda de Almeida, que por volta dos anos 60 foi musicado por Padre Vitalino Vari; a canção “Maria de Nazaré” que tem letra e música do sacerdote mineiro Padre José Fernandes de Oliveira (Zezinho) e foi composta em 1975; “Senhora da Berlinda”, que tem letra e música de Padre Antônio Maria Borges e foi composta em 1987; “Dá-nos a bênção”, que faz parte do cancioneiro popular religioso do Brasil e teve sua letra adaptada citando o nome de Nossa Senhora de Nazaré; dentre outros.